Site Meter Projeto Modes - Encheu? Joga Fora!: O bom mesmo, é o amor à Bossa-Nova

sexta-feira, 20 de junho de 2008

O bom mesmo, é o amor à Bossa-Nova

Amigas, queridas, ouçam o que eu tenho a dizer: é preciso perder um amor. Ok, serve qualquer um. Do tipo insignificante, desses que a gente esconde dentro do bolso da calça. Ou gigante, desses que enchem tanto que transbordam. O importante é simplesmente, perder um amor. (para criar uma casquinha, virar coragem, e resultar em poesia)

Eu sou do tipo que perde o amor no vão do sofá, no meio da sala, ou esqueço dentro do carro, às vezes o meu amor se perde na rua, em plena paulista, sob um sol de 43° graus. E nem ligo se o amor foi adquirido em liquidação, prestação, ou se custou mais de um milhão. Porque todo mundo vai perder um amor de graça, sem cobrar absolutamente nada.

Nos amores à vela, é preciso olhar o mar como quem vai se afundar, acostumar-se com a maresia e o enjôo. É preciso jogar uma rosa (ou catuaba?) para Iemanjá (ou santa Naza?) e esperar. Tai um amor velado.

No labirinto dos dias, é necessário perder um amor. Errar o caminho, bater a cara no vidro e quebrar o mindinho, mas se o amor perdido ainda te deixar fora de órbita, vire uma astronauta, reconstrua satélites e troque a bateria das estrelas apagadas. Descubra novos planetas ou mude de signo. Porque o certo é deixar escapar um amor para entender as fases secretas da lua.

Só que preciso mesmo é perder um amor para merecer a Bossa Nova, o banquinho e o violão. É preciso perder um amor para entender o sorriso e a flor. É preciso ir ao cinema (mas cuidado! No escuro é ainda mais fácil perder um amor), escrever um romance e tomar conhaque. É como é deliciosamente preciso perder um amor no meio de um porre.

É preciso perder um amor em uma curva da estrada - e voltar pra casa dirigindo com cuidado. Não, minhas amigas, não chorem o amor que já saiu correndo, arrumou as malas e voou.. O amor é assim mesmo, cria asas e “Hasta La Vista, Baby”. E nem adianta procurar nos Achados e Perdidos do Metrô o amor esquecido às seis da tarde. Perdeu, perdeu. Entende a poesia?

Agora, Pense comigo, perder um amor é como cortar o cabelo. Um dia, ele cresce de novo - e a gente sempre fica melhor com um corte mais curto, né? Além do mais, é preciso perder um amor para que alguém encontre. Esse é o ciclo.

É preciso perder um amor para se sentir pior, melhor, dividido e inteiro. Tudo isso ao mesmo tempo.

E sem querer abusar do Fernando Pessoa, “Navegar é preciso, viver, não é preciso”.

Eta, precisão!

7 comentários:

Diandra disse...

linda. ♥

adoro tudo que vem de você.

mas o que acontece quando a gente perde o amor pela metade?

perde ele de vista, mas o sentimento fica no coração?

Nina Kobayashi disse...

É... alguns dedinhos se quebram, mas sabe que no final, acaba valendo a pena?

Tem gente que perde um amor... mas aí descobre que cresceu!

Obrigada viu?!

Que Santa Naza nos abençoe. rs

Luciano Costa disse...

Não se mate

Carlos, sossegue, o amor
é isso que você está vendo:
hoje beija, amanhã não beija,
depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe
o que será.

Inútil você resistir
ou mesmo suicidar-se.
Não se mate, oh não se mate,
Reserve-se todo para
as bodas que ninguém sabe
quando virão,
se é que virão.

O amor, Carlos, você telúrico,
a noite passou em você,
e os recalques se sublimando,
lá dentro um barulho inefável,
rezas,
vitrolas,
santos que se persignam,
anúncios do melhor sabão,
barulho que ninguém sabe
de quê, praquê.

Entretanto você caminha
melancólico e vertical.
Você é a palmeira, você é o grito
que ninguém ouviu no teatro
e as luzes todas se apagam.
O amor no escuro, não, no claro,
é sempre triste, meu filho, Carlos,
mas não diga nada a ninguém,
ninguém sabe nem saberá.


AHHHH DRUMMMOND

Anônimo disse...

A Menina "eunãoacreditonoamor", dando lições (boas, aliás) sobre ele? Este mundo está de cabeça pra baixo. Eu to sentindo.

Luiza Silvestrini disse...

Eu ia comentar como anônimo pra ver se dava mias ibope aqui... Mas decidi comentar com o meu nome mesmo! hahaha...

É um belo texto. Eu já disse, né?! "escrevia com a tinta da sua voz no papel"...

Naíma Popp disse...

tipish! tipish!

e a vida será eternamente assim!
não basta perder um amor...basta se perder ou perde o rumo!

é como um tapa na cara!

Anônimo disse...

Aprennder a perder um amor, é o que dois terços da população não sabe fazer.
nem eu, nem você.