Site Meter Projeto Modes - Encheu? Joga Fora!: maio 2009

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Ela faz o seu melhor.

Ela não consegue mais escrever.
Estava ao seu lado, quando ouvia seus resmungos insatisfeitos de letras mal escritas.
Mal arranjadas, arranjos sem melodia.
Pedi que tivesse calma, que esperasse pelo seu melhor momento, talvez isso fizesse sua cabeça pensar com mais clareza, e não como seus toques no teclado de momento, que saiam como tiros no escuro.

Recebi como resposta um choro contido.
Pedi que soltasse, porque sabia que ela era capaz de fazer o seu melhor, quando chegasse a hora certa.
Sei que falei em vão.
Em certas circunstâncias, não adianta incentivar.
Ela aceitaria quando estivesse preparada.
Depois de dez minutos de angústia isso aconteceu.

Ela era realmente linda, com longos cílios que me faziam pensar por longos minutos se aquilo tudo era real.
Será que seus parágrafos não saiam porque ela estava triste?
Não sei dizer...
A única coisa que fluiu na minha cabeça é que ela não merecia nada daquilo.
Ainda bem que tenho a certeza que suas palavras vão voltar em um curto espaço de tempo. Porque ela ainda tem muita história pra contar.
Muitos dias pra aprender...
Muitas semanas pra se apaixonar.

sábado, 9 de maio de 2009

Dos relacionamentos humanos...



Eu tinha de 9 para 10 anos quando pedi:

“Pai, me compra uma planta carnívora?”.

Confuso, ele me questionou:

“Mas pra quê você quer uma planta dessas, filha?”

“Para ver como é que ela devora os insetos mesmo sem poder sair do vaso”

...

A minha planta carnívora chegou em pouco tempo. Dei a ela o nome de Genésia e volta e meia, eu encostava uma folha no que na época eu chamei de “boca da planta” só para vê-la fechar. Era para mim um mecanismo fascinante. E ver como um ser que parecia tão frágil e indefeso podia ser tão mortal e perigoso me empolgava mais ainda.

Mente quem diz que crianças são boas. Crianças são más.

A verdade é que a Genésia morreu em pouco tempo. De tão deslumbrada com o fato dela ser tão forte, feroz e até perigosa para seres menores, eu esqueci de regá-la. Julguei que ela fosse capaz de se alimentar sozinha e sobreviver sem que eu a ajudasse.

Ela morreu por descuido meu, assim como morrem todos os relacionamentos humanos que julgamos serem tão fortes a ponto de não precisarem ser regados.

E eu, criança estúpida e inconseqüente, jamais pensei que talvez ela ficasse triste ao me ver regar a orquídea que nem me divertia tanto quanto ela, quando se fechava diante de mim.

É. Assim são todos os relacionamentos entre pessoas e plantas.