Site Meter Projeto Modes - Encheu? Joga Fora!: abril 2009

domingo, 12 de abril de 2009

Da pouca água que me resta

Entenda que essas linhas só serão plenamente compreendidas por aqueles que um dia já quiseram engarrafar todo o seu bem-querer.

Aqueles que, cansados de ver a água se esvair pelos dedos das mãos, desejaram colocá-la toda dentro de uma garrafa para bebê-la pouco a pouco. Caso o líquido fosse escasso, o que na maioria das vezes é verdade, porque nunca há amor que sobre, poderia descer pela garganta apenas um gole a cada ano, para diminuir a saudade daquele amor tão doce e gentil que insiste em ir embora.

E esses, que sentem falta desse amor, vão entender que no auge da sede é que se tem vontade de virar de uma vez só a garrafa. Mas quem tiver juízo há de pensar que aquilo é tudo que resta de quem se foi para nunca mais voltar.

E dói. E revolta. E entristece. Morrer de sede é triste. Viver com sede também.

Mas é que a liquidez é implacável.E se não for ela mesma a entrar pelo vão dos dedos e escapar de mim, será o tempo que a fará sumir, evaporar.

E para quem entende a dor dessas linhas, ainda resta um consolo. A água que evapora, a gente respira, e esse amor que vai embora, esse tão antigo e tão profundo, esse eu talvez não possa mais beber, mas eu vou sempre respirar.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Boa noite.


Você diz que eu te assusto.
Você diz que eu te desvio.
Você diz que eu sou bruta e que ainda te desprezo.
A verdade é que eu me comporto mal.
Eu não gosto do bom senso.
Eu não rezo e talvez nem tenha salvação.

Esqueci o que me disseram sobre casa, filhos e televisão.
É preciso ser sangue frio para ver que o sangue é quente.
E que, de alguma forma, dessa vez, possa ser diferente.

Pode ser o que nunca vi.
Pode ser o que tenho na mão.
Pode ser exatamente o que eu digo ou pode ser não.
Abandonei alguns sonhos.
Me desapeguei de regras e da exceção.

“Fiquei muda ao lhe conhecer

O que vi foi demais, vazou
Por toda selva do meu ser
Nada ficou intacto
Na fronteira de um oásis
Meu coração em paz, se abalou
É surpresa demais que trazes”

Acho que o acaso faz charme.
Manda o amor chegar sem dar aviso.
E na noite alta se releva, dia claro, madrugada...
“Um passeio pela pele”
Você não tem medo de mim.
Eu tenho medo de querer.

Você diz que eu sou doida, que sou carente de razão.
Também diz que eu sou cruel.
E no silêncio por trás daqueles vidros embaçados, eu te abraço.
É suborno de desejo.

Quem sabe a gente não se encontra pela rua?
Ainda é cedo e tudo pode acontecer.
Pode ser que eu ria de mim.
Pode ser que eu queira demais.
Pode ser que seja fugaz.

Se eu te trago sorte, aposte em mim.
Pode ser que seja normal.
Pode ser que seja fatal.
Se você quer calma, eu quero um temporal.
Romântica de culpa.


“Não existe amor sem medo
Boa noite!
Para quem não tem para quem se dar, o dia é igual à noite
Tempo parado no ar, há dias
Calor, insônia, noite
Quem ama vive a sonhar de dia
Voar é do homem
A vida foi feita para estar em dia”

segunda-feira, 6 de abril de 2009

...

O contrário do que pedia era muito mais tentador aos outros olhos.
Os olhos que me seguiam eram muito mais tristes.
Mais infindos do que os que eu desejava.
Desejar é preciso.
O que é preciso é o que não me agrada.
O mundo parou num momento incerto e tudo fazia o não, ser um atrativo a mais que o sim.
Sim, sim, eu sei.
Não que eu me deixe levar pelo o que eu não quero.
Mas o que eu quero ás vezes não é que me cai bem.
Não, eu não deixei.
Troquei o duvidoso pelo certo e o incerto pelo nada.

Porque
de você sei quase nada
pra onde vai ou porque veio.



quinta-feira, 2 de abril de 2009

Nada e Nunca. Tudo e Agora.

Salto leve
Música intensa
E o sono foi duro
Duro como seus olhos quando decidi dizer adeus.

Sentidos atentos
Coração apertado
E vem a lembrança
De que aquelas mãos não tocarão mais

Olhos mais tristes
Querendo desistir
E a voz insiste no que é certo
Ela tranqüiliza, pedindo calma e tempo

Mãos que apertam
Pés que pedem o chão
Rosto que sente falta daquela outra pele

Agora ou nunca
Tudo ou nada


Nada que tire tudo que você me trouxe. Nunca senti tanta falta como agora
.