Foi durante a tarde de uma quarta-feira fria, parado diante do computador, que Diógenes, um cidadão comum, com hábitos comuns, começou a questionar a ordem e a posição em que as coisas acontecem.
Vira durante a noite o Willian Bonner falar por minutos seguidos, que para ele pareciam horas, sobre o caso da menina Isabella, que o pai teria jogado do sexto andar do prédio em que mora.
Ao saber do fato, Diógenes fez uma expressão de espanto, mas ficou apenas um pouco surpreso com a forma como a criança morreu. Não era problema dele. Afinal, não tinha filhos e residia em um sobrado. Nada tinha a ver com Isabella.
No entanto, até dormir, não parou de pensar na situação em que o pai da garota se encontrava. Lembrou, então, de que apesar de morar em uma casa térrea, trabalhava no 13º andar de um edifício na Avenida Paulista.
O rapaz decidiu não censurar e muito menos condenar a atitude do pai da garota.
"Diógenes, onde está o relatório que eu pedi?" - pergundou Ubaldo, seu chefe, rasgando seu raciocínio.
"Estará pronto em um minuto" - respondeu o reles empregado.
Diógenes olhou pacientemente seu chefe sair resmungando da sala em direção ao seu computador, onde, provavelmente, havia um jogo do UOL aberto enquanto Diógenes trabalhava. Terminou o relatório, imprimiu três cópias e colocou-os onde a educação mandava.
Hora de ir para casa.
A noite correu tranquila.
No dia seguinte, as 9h30 da manhã, um homem se estatelou na calçada da Avenida Paulista. Era o chefe da microempresa que funciona no 13º andar.
sexta-feira, 9 de maio de 2008
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2 comentários:
Coitado, foi defenestrado.
Estirado na rua, ele ainda conseguir falaar "Fui defenestrado" e a Luiza, que passava no exato momento, e vibrava com o furo de reportagem que teria, respondeu "coitado, e ainda atiraram o moço pela janela depois"
Viva as crônicas do Verissimo, que ainda são bem atuais.
Do 8º andar...pode ser?
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