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terça-feira, 6 de maio de 2008

Relíquias


Do relicário guardado a mais de sete chaves, retiro o rancor amassado feito bolinha e grampeio com aquele recorte de saudade.
Coloco ao lado.

Um dia na praia ali embaixo, dobrado em quatro partes, uma andança de madrugada em forma de origami, conversas no envelope de cartão, jogos universitários dentro do bilhete.
Carro, bebidas, árvores.

Alguns têm clips, lembretes. Outros amarelam mais que as fotos.
Tudo ali, junto-misturado. Um dia por cima do outro, se apertando com os sentimentos picotados de hoje. Feito tirinhas.

Um punhado de dias de papel, momentos na mais simples dobradura.
É assim meu relicário.
Guardo tudo lá de novo. Bem no fundo do armário.
Porque tudo tem que ficar trancado - sou a única que sei.

Para sempre que durar esse meu frustrado sorriso papel-pardo.

7 comentários:

Luiza Silvestrini disse...

E quem é que não tem um desses?!

*Livia* disse...

Homens...ruim c/ eles, pior s/ eles!
Mas uma hora passa...até a gnt volta p/ "akele" ou encontrar o próximo!! =)

Bjo!

Nina Kobayashi disse...

...O que está acontecendo?
O mundo está ao contrário e ninguém reparou
O que está acontecendo?
Eu estava em paz quando você chegou

...Com o gatilho sem disparar
Você invade mais um lugar
Onde eu não vou
O que você está fazendo?
Milhões de vasos sem nenhuma flor
O que você está fazendo?
Um relicário imenso desse amor

Luciano Costa disse...

muito bém, muito béém

Popp Comunicação disse...

belo mundo interior!
belo texto!

Renan Rodrigues disse...

as pessoas chegam na sua vida. em algum momento, em vários deles, as pessoas sempre chegam e talvez essa seja a melhor coisa do mundo. mas em algum momento, em vários deles, as pessoas sempre vão embora. as vezes porque elas querem, as vezes porque elas são obrigadas .. ou simplismente porque vão, pois a vida segue assim. e essa talvez seja a pior coisa do mundo.

mas o que é que a gente pode fazer? diz pra mim minha amiga Fernanda. que é que a gente pode fazer?

Gustavo disse...

Mano, você esquece de dobrar a parte em que tomamos água amarela e os prayboys quebraram nossa pinga