
- Alô! Eu gostaria de falar com a Maria.
- Aqui não tem ninguém com esse nome. Quem fala?!
- Aqui é o Julinho, Julinho de Adelaide.
- Julinho?! Oooooi, quanto tempo, querido! Lembra de mim? Yolanda!
- Desculpe, deve ter havido um engano.
- Ah, não! Vai dizer que você não lembra das nossas travessuras das noites eternas?!
- Olha, a senhora deve estar me confundindo.
- Bandido! Até meu pai você desafiou! “Você não gosta de mim, mas sua filha gosta”, lembra?
- Eu não sei mais o que dizer.
- Eu te perdôo por fazer essas perguntas que em vidas que andam juntas ninguém faz. Afinal, o meu amor tem um jeito manso que é só seu.
- Eu realmente peço desculpas pelo engano.
- Então é isso? Nunca mais romance, nunca mais cinema, nunca mais drink no dancing?
- Não, senhora. Eu peço desculpas pela ligação.
- Eu sei, agora serei uma louca a perguntar “o que é que a vida vai fazer de mim”. Você me fez promessas.
- Senhora, isso é apenas um mal entendido.
- Não pode ser. Você disse que faria bonito, que faria careta e trapaça, que faria cartaz. E eu tinha, cá pra mim, que agora, enfim, eu vivia, sim o grande amor! MENTIRA!
- Eu preciso desligar.
- Tudo bem. Mas você ainda vai me seguir aonde quer que eu vá, você vai me servir, você vai se curvar!
- Tomara que a senhora melhore.
- Não! Dá tua mão, olha pra mim! Não faz assim, não vai lá, não!
TU TU TU TU TU TU...
- Pois é. Fica o dito e redito por não dito.