Site Meter Projeto Modes - Encheu? Joga Fora!: “Eu me arrumo, eu me enfeito, eu me ajeito. Eu interrogo meu espelho...”

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

“Eu me arrumo, eu me enfeito, eu me ajeito. Eu interrogo meu espelho...”

Respiração ofegante, pensamentos arrepiantes.
Mãos trêmulas, olhar brilhante.
Boca seca, entreaberta.
Coração aos pulos, pernas bambas.

Então, já que iam se encontrar começou a se preparar como só se preparam as ondas quando chegam até a areia.


Não era um encontro qualquer, senão o primeiro. E o primeiro encontro, exige arte maior. Pois os que vão ao primeiro encontro também querem pavimentar o caminho do encontrar. Parecia estar mais interessada no pré-encontro que no encontrar.

Sentia a carga daquele momento, quase insuportável. Pensava em detalhes, seu vestido, o perfume. Muita maquiagem? A flor em seu cabelo. Era tanto esmero.
Era adulta, mas parecia ter dezesseis anos.


Há quem diga que a vida é a arte do encontro embora haja tantos desencontros. E há também a mística do primeiro encontro. E o primeiro é tão complexo e interminável, que pode ele se dar do décimo quinto ou trinta anos depois. É imensurável o que cada um quer receber e o quanto quer se dar.

Naquela esquina, um velho bar. Teu jeito displicente de andar, bagunçando os cabelos enquanto caminhava em minha direção.

Meu pensamento voa longe enquanto você vai me contando histórias. Te dou sorrisos fáceis, você segura minha mão. Eu brinco com seu cabelo, sua mão em meu joelho.

A troca de olhares e você me beija. Eu te beijo, você me abraça. Cheguei em casa e senti teu perfume grudado em mim. Nem quis acreditar na solidão e nem demais em nós dois, pra não encanar.

Eu sei que jogos de amor são para se jogar, sem regras ou juiz. Mas se você lembrar, se quiser jogar, me liga?

Podem ser os desencontros esboços do autêntico encontro. O ideal é que todo encontro fosse o primeiro encontro.

E já disse Pablo Neruda: "E aquela vez foi como nunca e sempre: vamos ali onde não espera nada e achamos tudo o que está esperando".

9 comentários:

Milton Leal disse...

Disse Érico Veríssimo: "aquilo que sentimos e achamos que é amor muitas vezes se parece como uma música ao longe".

Ô Nina - sua patricinha do caralho! - você arrebentou na prosa. Geralmente, sou muito crítico com textos alheios. Mas o seu foi muito bem. Me levou de um jeito diferente. Só deveria ter dado crédito àquela frase do Vinícius que você usou.

Linsojeado de ter sido seu leitor. Keep in this way.

Marina Cabral disse...

que distância vai guardar nossa saudade, que lugar vou te encontrar de novo?

ai ai, mas que faseee viu!!!

eu amei niniiis... lindo demais!

=]

Murilo Costa disse...

=)

você fas texto bom kra

Bruno disse...

É...
vivendo e aprendendo, né, Má?

"Eu sei que jogos de amor são para se jogar, sem regras ou juiz."

Você bem disse, então trate de se lembrar todos os dias.

Muito bom.
Bjos.

Thais Sena disse...

"Por que você não olha cara a cara?
Fica nesse passa ou não passa
O que falta é coragem..."

Fazer o que, né?

Luciano Costa disse...

O amor é velho, velho, velho
E menina.
O amor é trilha
De lençóis e culpa
Medo e maravilha.

O tempo a vida lida
Andam pelo chão,
O amor aeroplanos
O amor zomba dos anos,
O amor anda nos tangos,
No rastro dos ciganos,
No vão dos oceanos.

O amor é poço
Onde se despejam
Lixo e brilhantes:
Orações, sacrifícios, traições.

Fernanda Doniani disse...

(Nossas histórias sempre começam num bar. Preciso escrever essa teoria.)

Me senti lá, no mesmo lugar que você. Por isso que ficou ótimo teu texto.

Paula Cristina disse...

Eis que dizemos a mesma coisa... todas nós.

Mulheres do Modes provando que pode-se recriar e reciclar mil vezes o que é como se vive de amor.

ainda bem.

Anônimo disse...

Noossa...muito bom ninaa. Sem mais!