Site Meter Projeto Modes - Encheu? Joga Fora!: "Brindo à casa, brindo à vida"

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

"Brindo à casa, brindo à vida"

[texto escrito em parceria, pelas marinas morenas]




Quatro mulheres, tão meninas, voam como beija-flor, de flor em flor para beijar. O doce beijo foi aquele que trouxe de volta boas coisas. Os copos de cerveja brindam a volta das borboletas no estômago, sem o medo de um turbilhão voltar.

O desejo vem, sem ser convidado, mas chega com um ar potente, que lateja, demonstra perigo, mas que não pode ser evitado. Ele tormenta, como chuvas torrenciais, em uma tarde de verão. Doces novembros, dezembros. Tristes, mas com instantes puramente deliciosos, como pavê de uva no natal.

Bom mesmo é saber que a vida nos dá a chance de poder se encontrar. De trocar as experiências. Quem já não passou pela sensação de um dejavù? Quem não passou por uma incerteza depois de uma noite de loucura certa?

Músicas tocam diariamente e são elas que fazem voltar, mas a volta não precisa ser intensa, que intrigue a cada viagem. Ela precisa dar uma entonação gostosa, como um passo de um xote, um grude de um samba, um abracinho de love song. Ela precisa trazer paz e se essa for a forma escolhida, é assim que vai ser. Música boa sussurrada no ouvido, dá um calafrio. Sem mágoa, nem lembrança de tristeza ou saudade.

Meses de um fim de ano curtido, como pinga de fruta, com gosto de quero mais. Envolvido numa idéia de que depois de tudo, ainda restam os arrepios na orelha as mãos atrás da cintura, é como um laço pra fechar um ciclo que foi bom, que foi ruim, que é bom. Como uma onda elétrica com picos e desníveis.

Passamos pelas mesmas mudanças, de pensamentos, desejos e sonhos escondidos. Esse vai e vem de formas geométricas irregulares faz a dança se repetir, mas com passos cada vez mais ensaiados, como um caminhar de pássaros num campo de flores cheirosas. Como o teu perfume numa noite qualquer. Vale a pena sentir os detalhes mínimos, mas os passos, nunca chegarão ao perfeito espetáculo. Por que assim não tem graça. Não vale a pena.

A cor do céu passa uma leve sensação de que é um dia para se pensar. Pensar em como tudo que envolve uma vida leva anos para ser preenchido. E não há nada melhor do que a sensação de alívio porque tudo foi visto, sentido e tocado de verdade.

Tudo que envolve um período, precisa ter seu desfecho. O clichê da vida é sempre achar um final feliz, mas quem disse que a vida precisa dessa regra? Bom mesmo é esperar a ligação no dia seguinte, sem saber se ela vem. É doar o seu amor e não esperar receber nada em troca, nem todos estão prontos.

Por quanto espaço temos que caminhar pra perceber que estar bem, é simplesmente a combinação de coisas que valeram a pena, sem arrependimentos, com um ar de incerteza. Nem todas as decisões tomadas foram sofridas, assim como as que não foram tomadas, foram arrependidas e lançadas no espaço.

Uma palavra solta, um olhar mais apaixonado, um abraço encanado. Tudo isso precisa ser vivido, mesmo que doa, que alegre demais, que o sonho desperte desejo. Os sentimentos são bons, mas podem ser pesados demais para carregar sozinha. Se permitir ser livre, ser leve já é um presente da vida. As pessoas se aproximam assim.


Elas não sentem mais medo da despedida.


7 comentários:

Fernanda Doniani disse...

o último parágrafo tá de foder.

2008 foi um cara extremista.
me lembrei de "enquanto a cortina desce, Ana agradece..."
No fim acabou bem, não?

É isso que importa.

Marianna Palma disse...

Caracasssss...
Bom d+ Marinetsssss...

O q importa é q sobrevivemos a mtas coisas nesse ano.. e 2009 lgo chega para mais sobrevivências.

Unknown disse...

Sentimento puro e desavergonahdo é a melhor fórmula pra se escrever um bom texto.

Bonito...
Parabéns.

Nina Kobayashi disse...

Bru!

Vc por aqui...
Obrigada.

=]

Anônimo disse...

marina

seu texto tah lindo bichinha

amo

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Consegui sentir nessas palavras o ano de 2008 , o no final dele um abraço de um trio regado de lágrimas na praia de boiçucanga.Emoção!


Adorei Marinas!