segunda-feira, 29 de março de 2010
Falei sobre você com o espelho, enquanto o lápis deixava um risco preto nos olhos castanhos. Lembrei do sorriso que apareceu igualzinho, como se eu o tivesse visto em exatos cinco minutos. Escutei sua voz no meu ouvido esquerdo e senti o calor da sua mão na minha cintura como se você estivesse ali, naquele instante.
Peguei o rímel quase no fim e aumentei os cílios que já são longos. Por pura vaidade. O cabelo estava de bom humor, as unhas feitas. A ausência do batom continuava, apenas um pouco de gloss que sairia nos próximos dez minutos. Enquanto passava senti seu beijo pelo ar quente que invadiu meus lábios.
Encaixei o pendrive no som para passar o tempo, a primeira faixa da pasta era aquela. O sonho com os olhos abertos era tão real que eu podia ouvir sua voz cantando com empolgação o refrão que tanto se repetia. Eu acompanhando como sempre, eu e você, você e eu e assim sucessivamente.
Por fim, espirrei o perfume de um lado do pescoço. O lado oposto sentiu seu nariz encostando devagar na pele enquanto eu sentia a sua. Quente, sem perfume. Só com o seu cheiro que ainda me pertencia. Terminei. Sentei. Ainda fiquei alguns minutos quieta, pensando em tudo que havia acabado de acontecer comigo. Em sonho.
...
Escutei a porta do carro bater lá embaixo.
Sem nem hesitar, meu rosto se ergueu num sorriso cor de saudade.
E mesmo depois de tanto tempo, eu consegui.
Meu mais perfeito dejavú.
...
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Marina
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4 comentários:
esse tipo de saudade é boa, é colorida.
Ahhhh... o melhor do dejavú é que ele parece mto mais real que um sonho.
Foda!!!!
Sabia que a palavra "saudade" não tem tradução?
É uma palavra brasileira que não se traduz, assim como o que senti.
Muito bom seu blog. Parabéns!
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